Bienal do Livro
Para mim, livro é vida. Desde criança. Sempre fui crítica e observadora. Na maioria das vezes, minhas conclusões eram contrárias à da maioria das pessoas com as quais eu convivia. Dava uma sensação de solidão… Pensava “será que somente eu penso assim sobre este assunto?” Aí, descobri os livros e, do nada, lá estavam ideias, pensamentos similares aos meus, estímulo a novas ideias!
Infelizmente, livros sempre foram caros, então, sendo de uma família classe média baixa, comprar livros era um luxo. Minha mãe fez meu pai comprar a coleção de Machado de Assis. Que emoção! Guardo até hoje.
Um pouco depois, meu avô materno, o grande jornalista esportivo Afrânio Vieira, percebendo meu interesse pelos livros e sabendo do sacrifício necessário para que eu os tivesse, passou a me presentear livros. Meu preferido era O Homem que Calculava de Malba Tahan (pseudônimo. Meu avô tinha estudado com o autor, Prof. Júlio César de Mello e Souza, no Colégio Pedro II.
Todas estas lembranças percorriam minha mente, no caminho para a Bienal do Livro 2023.
Lá chegando, no meio daquele mar de stands e espaços culturais sou atraída pelo espaço Paixão de Ler;
Era uma roda de conversas sobre ações em Bibliotecas. Fui transportada para o meu Fundamental II. Estudei na Escola Municipal Rivadávia Correa que fica em frente à Biblioteca Parque Estadual que, na época, não tinha todas as atrações e comodidades que tem hoje, mas tinha muito amor e dedicação de suas funcionárias.
Minha mãe me autorizou a ir para a Biblioteca, quando fôssemos liberados mais cedo (o que era, infelizmente, bem comum) e, até mesmo, após a escola. Havia um espaço destinado a menores de 14 anos, onde podíamos ficar e ler à vontade os livros selecionados para até esta idade. Li todos. Momentos maravilhosos. Quanto mais eu lia, mais queria ler. Pedi a minha mãe que fosse fazer um cartão na biblioteca, para que eu pudesse levar para casa, em nome dela, os livros para maiores de 14 anos. Ela me atendeu.
Na vida adulta, pude possuir várias estantes cheias de livros meus e dos meus dois filhos que sempre foram estimulados a ler. Depois, percebi que livros devem circular, proporcionando a outros a alegria de conhecê-los. Doei meu acervo, exceto aqueles com ligação emocional, como os já citados acima, e passei, então, a somente adquirir livros digitais. É muito bom poder viajar, ir para qualquer lugar, com toda a sua coleção de livros com você.
Confesso que, em função dos livros digitais, me afastei das bibliotecas. Nem considerava mais sua importância. Mas, estar naquele espaço da Bienal, ouvindo as experiências das representantes de Bibliotecas Parque e Bibliotecas Comunitárias, me fez “sair da minha bolha” e entender que, num primeiro momento, não precisa ser leitor para frequentar uma biblioteca. É só passar na frente da Biblioteca Parque Estadual do RJ e ver as filas que muitos moradores de rua fazem, em busca de água, banheiro, acolhimento e segurança. Em muitos lugares da periferia da nossa cidade, a Biblioteca é a única estrutura sócio cultural da comunidade.
Não importa se o livro é físico ou digital. Importa é ter um local, a Biblioteca, que lhe permita estimular seu cérebro, “viajar” pelas histórias e estórias, em paz, acolhida, quem sabe até, compartilhando suas interpretações com outros.
Viva a Bienal do Livro! Viva as Bibliotecas!
Escola Integral
Se o significado da palavra integral é:
que não sofre qualquer redução; total;
que não falta qualquer elemento; completo; inteiro.
Então, o que seria a escola integral?
De acordo com o Ministério da Educação https://www.gov.br/mec/pt-br/escola-em-tempo-integral/fundamentos:
A Educação Integral é um princípio integrador e articulador das concepções de ser humano, escola, currículo, de ensino e aprendizagem, sociedade e das diferentes etapas da Educação Básica. Possibilita a superação da fragmentação dos conhecimentos e vincula-os às práticas sociais e à vida cotidiana. Nesta concepção de educação busca-se avançar das práticas que reduzem o papel da escola a uma mera transmissão de conteúdos ou de priorização de uma só dimensão do desenvolvimento, geralmente a dimensão intelectual sobre as demais.
Desta forma, com as diferentes dimensões do desenvolvimento sendo trabalhadas de modo intencional no currículo escolar pode-se eliminar barreiras que impedem a todos os estudantes de permanecer e ascender na trajetória escolar, em especial os de grupos sociais historicamente vulnerabilizados como as pessoas com deficiências, transtornos, altas habilidades e super dotação, meninos e meninas negros, de classe social econômica desfavorecida, povos tradicionais e originários entre outros.
A Educação Integral pressupõe igualmente o direito à escuta e à participação de bebês, crianças e adolescentes, ao seu modo e conforme suas condições, integrando ao currículo necessidades, interesses e as culturas infantis e juvenis nas experiências educativas.
Nesta perspectiva, não apenas os territórios e equipamentos de diferentes setores (como esportes, cultura, cidadania, parques e praças, saúde e assistência) são coparticipes do processo de ensino e aprendizagem, como seus agentes.
A Educação Integral é também o fundamento integrador das dimensões do cuidar e educar e da relação entre a educação escolar e as práticas sociais em toda a Educação Básica.
Escola integral e escola em tempo integral são a mesma coisa?
“Faz-se necessário distinguir o conceito de Educação Integral e de Tempo Integral. O tempo é uma das estratégias que possibilita a materialização da proposta de um currículo de Educação Integral, mas não a única. É essencial que a ampliação e organização do tempo integral seja consequência do Projeto Político-Pedagógico e do Currículo escolar, associado aos espaços dentro e fora da escola, considerando a diversidade de materiais que são ofertados nas experiências educativas, atento às interações e organizações de agrupamentos entre os estudantes, promotora de saberes de diferentes matrizes étnico-raciais no currículo escolar, assim como asseguradora da escuta e participação dos estudantes e comunidades escolares nos processos educativos e na gestão escolar.” http://www.gov.br/mec/pt-br/escola-em-tempo-integral/fundamentos
É fundamental fazer esta distinção. Vou compartilhar com vocês minhas três experiências pessoais com a escola integral/escola em tempo integral.
A necessidade e importância da escola integral não é nova:
‘Não se pode conseguir essa formação em uma escola por sessões, com os curtos períodos letivos que hoje tem a escola brasileira. Precisamos restituir-lhe o dia integral, enriquecer-lhe o programa com atividades práticas, dar-lhe amplas oportunidades de formação de hábitos de vida real, organizando a escola como miniatura da comunidade, com toda a gama de suas atividades de trabalho, de estudo, de recreação e de arte’
Anísio Teixeira, em Educação não é privilégio, 1953
Eu tive o privilégio de estudar numa escola integral, durante o Fundamental 1. Era a Escola Guatemala (escola pública). Os alunos estudavam no turno da manhã, iam para casa e, aqueles que quisessem podiam retornar à escola, às 14h, para participar das mais diversas atividades, como artesanato, costura, etc. Mesmo que você só frequentasse o turno da manhã, a escola também tinha uma proposta pedagógica integral, inovadora e diferenciada, como compartilhei com vocês em vídeo no Instagram.
A minha segunda experiência com a escola integral foi com meus dois filhos. Eu trabalhando em horário integral e eles estudando em horário integral, em escolas particulares. No caso deles, os conceitos de escola integral e de escola de tempo integral estavam perfeitamente alinhados: um turno com a parte pedagógica e um turno com reforço de idiomas, informática, realização dos deveres e pesquisas escolares, atividades esportivas e acompanhamento psicológico.
Por último, minha experiência como educadora, no Fundamental II, em escola pública de tempo integral. O tempo era integral, mas a escola não proporcionava o ensino integral. E não era culpa da direção, mas o planejamento, o projeto era ruim, Infelizmente, este parece ser o cenário das escolas públicas de tempo integral, em geral: um lugar para as crianças e jovens ficarem, enquanto seus responsáveis trabalham, sem atendimento ao que se espera da educação integral.
Eu acho crítico e fundamental que exista a escola integral de tempo integral. Como fazer para que isto não seja uma utopia?
Nas minhas aulas e no meu curso “Ser ou não ser um(a) Empreendedor(a)” as alunas e alunos costumam me dar feedback de que eu pareço querer desanimar os pretendentes a donas e donos de pequenos negócios. E eu respondo que não é nada disso, que a realidade é dura e que você precisa estar ciente e consciente do que lhe espera, pois, assim, poderá se preparar e planejar seu negócio e sua vida.
Um exemplo banal ocorrido comigo, há pouco tempo. Gosto de pizza e, aos sábados, costumo comprar numa pizzaria pertinho da minha casa. Mais de uma vez ocorreu o seguinte:
Não é a primeira vez que isso acontece. A pizza é boa, o atendimento do dono da pizzaria é bom, o preço é justo, mas, quando acontece algum imprevisto, ele fecha a loja. Eu posso comprar em outra pizzaria e é o que eu faço. O risco que este empreendedor corre é grande. Ele está dando oportunidade a mim (cliente) de passar a comprar em outra pizzaria. Fico imaginando como ele gerencia o fluxo de caixa.
Quando você trabalha numa grande empresa, mesmo que o seu cargo exija muita dedicação, você pode até se sentir sobrecarregada(o), mas sabe que pode contar com uma rede de apoio, com pessoas espalhadas em diversos departamentos.
Quando você é a/o dona(o) do negócio, você é a(o) “faz tudo”. E, no início, tem que ser assim mesmo. Mas, depois de algum tempo, se você ainda está numa maratona de comprar, vender, atender os clientes, resolver todos os pequenos, médios e grandes problemas, quando você curte férias ou, pelo menos, uma folga? Quando você passa tempo com sua família e amigos?
Sem falar na análise de seus dados de negócio.
Cenário 1 – Imaginemos que você seja a(o) gestora(o) das suas redes sociais. Grava, posta, faz os textos, etc. Qual rede lhe dá o melhor retorno? Em qual rede você deve investir mais? Qual o nível de engajamento dos seus seguidores? É interessante ter um gestor de redes sociais? E se o tiver? Como você arrumará tempo para analisar os resultados?
Cenário 2 – Qual o seu produto que lhe dá maior retorno financeiro? Está na hora de diversificar sua oferta ou focar em determinado produto?
É por isso que os alunos acham que eu desencorajo…
Mas, como as mães falam: “É pro seu bem”.
O estudo Sobrevivência das Empresas no Brasil (2019), realizado pela Fundação Getúlio Vargas, em parceria com o Sebrae, mostrou que um terço das novas empresas brasileiras fecha em dois anos. Além de levantar essa informação, o estudo procurou avaliar algumas das razões que levam a esse desfecho – encontrando quatro grupos de fatores principais:
Situação antes da abertura da empresa;
Planejamento do negócio;
Gestão do negócio;
Capacitação do empreendedor em gestão empresarial.
Existe saída, mas você tem que entender que precisa de ajuda. Cuidado para não cair no erro comum de contratar empregados, aleatoriamente, para as funções que você pensa que precisa.
Antes de tudo, contrate uma(um) profissional para realizar o diagnóstico do seu negócio e lhe ajudar a enxergar as soluções que você, por estar no olho do furacão ou por não dominar a ciência da Administração, não tem condições de fazer sozinha(o). O SEBRAE e pequenas consultorias independentes podem prestar excelentes serviços, por preços super atrativos,
O problema já começa com o uso da palavra “novo”. Com certeza, foi o pessoal do marketing que propôs, para ativar alguns gatilhos mentais, pois muitos, imediatamente, se entusiasmam com algumas palavras chave. Novo, por exemplo, por ser antônimo de velho, induz ao pensamento de algo moderno, logo, melhor. Mas, a proposta deste tipo de currículo será realmente nova?
Começo com a minha experiência pessoal. No decorrer da minha vida profissional e pessoal, algumas pessoas comentavam: “ih, a Marla vai contar mais uma história…”. Sim, tenho várias histórias sobre inúmeros assuntos, pois vivi, não somente existi. Então, lá vai.
Sou oriunda da escola pública, desde o prezinho até o ensino médio. No meu tempo (kkkk) o ensino médio era profissionalizante. E como funcionava? Você escolhia a carreira técnica, dentre aquelas oferecidas pelo colégio em que você tinha conseguido se matricular. No meu colégio eram oferecidas três carreiras: Administração, Contabilidade e Secretariado.
Caso você escolhesse Técnico em Contabilidade (lembrando que, na época, o Técnico podia assinar Balanços Contábeis) ou Secretariado, não cursaria Física, Química e Biologia. Em seu lugar, teria disciplinas referentes especificamente aos cursos.
Eu escolhi o curso Técnico em Administração, pois, embora ainda não soubesse para qual carreira prestaria o vestibular, sabia que precisaria dos conhecimentos de Física, Química e Biologia.
Detalhe do curso Técnico em Secretariado: aprender a datilografar era essencial. Entretanto, o Colégio não dispunha de máquinas de datilografia, então os alunos praticavam numa folha de papel, ou seja, a realidade virtual já existia, desde aquela época! Ah, se fosse hoje… Quantos memes viralizando…
A tentativa de especificar qual conhecimento deve ser adquirido pelas classes mais favorecidas e qual pelas classes menos favorecidas vem de longe.
Na reforma empreendida por Giovanni Gentile, ministro da Educação de Benito Mussolini, era reservado aos alunos das classes altas o ensino tradicional, “completo”, e aos das classes pobres uma escola voltada principalmente para a formação profissional.
Em reação a tal ideia, Gramsci propôs a criação de um tipo único de escola preparatória. De cultura geral e formativa, esta teria a função de conduzir o/a jovem até os umbrais da escolha profissional, formando-o/a, durante este meio tempo, como pessoa capaz de pensar, de estudar, de dirigir ou de controlar quem dirige. Em suas palavras propõe a criação de uma “escola unitária” de cultura geral, humanista, formativa, que equilibrasse, de modo justo o desenvolvimento da capacidade de trabalhar manual e intelectual (Soares, 2000).
“A tendência democrática da escola não pode consistir apenas em que um operário manual se torne qualificado, mas em que cada cidadão possa se tornar governante” (Gramsci).
Preparar o homem para o exercício de uma cidadania intercultural, não só por meio do incentivo ao conhecimento e reconhecimento do direito à existência de outras culturas e etnias, diferentes daquela em que o educando se encontra diretamente inserido, mas também por meio do estímulo à compreensão e respeito para com estas, fornecendo ao educando certo número de competências, atitudes e habilidades que lhe permita lidar com a diversidade cultural com a qual este se defronta, buscando uma maior integração sociocultural, é hoje um dos grandes desafios da educação (Banks, 1994).
Temos que considerar, também, que qualificações para trabalhos manuais, de repetição, são absolutamente ultrapassadas nos dias de hoje, em função do avanço rápido da automação e da Inteligência Artificial. Os empregos de hoje que oferecem boa remuneração são aqueles voltados à análise de dados, por exemplo.
Um dos engodos da Reforma do Ensino Médio é o tempo integral. Primeiro, porque fica estabelecido que ele é obrigatório, mas, na prática, ele é desejável. Segundo, porque este “tempo integral” precariza o ensino, fazendo com que professores de Química, Física, Biologia, Matemática, etc., uma boa parte até com Doutorado, sejam deslocados para ministrar aulas, ou as também chamadas oficinas, sobre disciplinas que não fazem o mínimo sentido. Um total desperdício!
A Base Nacional Comum Curricular-BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso com a educação integral, independentemente da duração da jornada escolar. O conceito de educação integral com o qual a BNCC está comprometida se refere à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade contemporânea.
Será que os estudantes terão que “aprender a datilografar sem máquina de escrever”, pois, como pode haver ensino integral, sem contratação de professores, ampliação de instalações, dos campus, abertura de novas salas de aula, etc.?
No primeiro ano do Ensino Médio, os estudantes, com 14 ou 15 anos, terão que escolher qual itinerário seguirão (como eu no passado: Administração, Contabilidade ou Secretariado). Esta decisão será definitiva em suas vidas. Se, no terceiro ano, o/a estudante estiver pensando em outra carreira, já era, ele/ela não terá como recuperar o conhecimento que não adquiriu nos anos anteriores.
No nosso país, 85% dos estudantes estão no ensino público. Sabendo que milhares de municípios têm somente um Colégio de Ensino Médio, isto significa que, muito provavelmente, o Colégio vai oferecer somente uma opção de itinerário. Não aquela que o/a estudante quer, mas a que o governo local estiver oferecendo.
E os colégios particulares? Alguém duvida que oferecerão a educação completa, com todos os itinerários disponíveis?
Enquanto não entendermos que o desenvolvimento de uma nação depende, fundamentalmente, do nível de esclarecimento do seu povo, será difícil alavancar o mesmo da situação em que se encontra.
Aprender ao longo da vida deixou de ser um hábito dos curiosos para ser entendido como uma capacidade humana adaptativa. Hoje, as mudanças são rápidas e inesperadas, e a prática contínua do lifelong learning permite que os profissionais adquiram ou aprimorem habilidades técnicas e comportamentais. .
Se a necessidade do aprendizado contínuo é uma certeza, outra é que não há tempo e espaço para ficar esperando alguém te dizer o que é importante ou não aprender. Agora, o que aprender?
Para ser sincera, tudo. E por que? Porque suas certezas não existem mais!
Vejamos. Se você:
tem filhos e quer criá-los da mesma maneira como foi criado (claro que os valores éticos devem permanecer, mas como ensiná-los é o problema).
quer viver seu casamento como o de seus pais.
quer ficar 30 anos num emprego e se aposentar.
não quer trabalhar com tecnologia, pois “não gosta” (sim, existem pessoas assim).
acha que tecnologia se resume a computador.
acha que temas como sustentabilidade e inclusão são indiferentes.
Lamento, mas você tem que desaprender e reaprender!
Outro ponto muito importante no mundo do trabalho de hoje é que as habilidades comportamentais, as soft skills, são muito importantes, como, por exemplo, a criatividade, A criatividade anda de braços dados com outra competência relevante: a curiosidade. Sem o interesse genuíno por descobrir coisas novas, ampliar seu repertório, fica muito mais difícil ser criativo.
Curiosidade também é um dos elementos-chave do autoconhecimento, capacidade essencial para cuidarmos, inclusive, da nossa carreira. Porque da mesma forma que surgem novas demandas, você também se transforma e isso tem impacto nas suas escolhas de trabalho. Reconhecer em si mesmo seus interesses desperta a sua autodireção e orienta sua estratégia de lifelong learning.
Dessa forma, mantenha a chama da conversa acesa, para ter informações de qualidade e poder sobreviver neste novo mundo, inclusive mantendo sua saúde mental. Lembre-se: para fazer coisas repetitivas não há necessidade de nós, humanos, A IA-Inteligência Artificial faz muito melhor.
Ainda vamos falar muito sobre isto!
Quando falamos em Educação Financeira, o que lhe vem à mente?
Para mim, Educação Financeira é o processo em que um indivíduo busca ou obtém conhecimento para lidar com o dinheiro de forma mais consciente e inteligente. Escrito assim parece fácil, mas, como muitas outras coisas na vida, somente o aprendizado convertido em práticas cotidianas e repetitivas levarão ao melhor uso dos seus recursos financeiros.
E quanto mais cedo começarmos a aprender e praticar Educação Financeira, melhor. E não sou só eu que digo isto. Como explicado no nosso post ˜Educação para vida real` o Ministério da Educação já inseriu este assunto na BNCC-Base Nacional Comum Curricular dos estudantes do Fundamental II.
Alguns acham que Educação Financeira é destinada àqueles que têm dinheiro sobrando. Nada mais equivocado, principalmente no nosso país, onde os empregos formais são poucos e direcionados ã parcela mais abastada da população, os salários são baixos e dinheiro sobrando é raro. Mas é exatamente neste momento que você precisa entender, organizar seus recursos e gastar melhor,
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Minha experiência com crianças entre 10 e 14 anos foi incrível!
No início, desconfiadas. Depois, apresentadas aos boletos e à constatação de que pagamos por tudo. Inclusive que, se continuarmos menosprezando os impactos ambientais que causamos, só respirarão oxigênio bom, os que puderem pagar por isto.
Em seguida, entendendo o que são receitas, despesas e suas classificações, sobre a necessidade de criar, seguir e atualizar o orçamento doméstico, crédito, débito, taxa de juros de empréstimos e de investimentos. Entendendo o valor do dinheiro.
Aí, veio a reunião de responsáveis e alguns contaram sobre conversas adultas que suas crianças tinham tido com eles, transmitindo o conhecimento que haviam adquirido e se oferecendo para ajudar a equilibrar o orçamento familiar. Que orgulho!
Acredito que a grande maioria destes alunos nunca entregará seu dinheiro suado nas mãos de mal intencionados nem farão aplicações em algo que não entendem.
Você entende de ações? Então como pode aplicar em ações? Você entende de criptomoedas? Então como pode aplicar em criptomoedas? Você sabe o que são pedras de alexandrita? Então como você confia numa empresa que diz ter uma enorme reserva deste mineral?
Você acha que entende dos assuntos pelas mensagens de grupos de WhatsApp ou pelas postagens de gente que ostenta para passar credibilidade? Está na hora de mudar.
No dia 22 de dezembro de 2017 foi publicada a Resolução CNE/CP nº 2, que institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular-BNCC a ser respeitada, obrigatoriamente, ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da Educação Básica, no que se refere à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental.
A BNCC é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. Ela estabelece o conteúdo mínimo. Cada escola prepara seu currículo.
A BNCC estabelece a aplicação do conhecimento na vida real, a importância do contexto para dar sentido ao que se aprende e o protagonismo do estudante em sua aprendizagem e na construção de seu projeto de vida.
Assim, a BNCC prevê o ensino dos Temas Contemporâneos Transversais-TCT que são tópicos que estão presentes em diversas áreas do conhecimento e que são relevantes para a compreensão do mundo atual. Eles permitem que os alunos estabeleçam relações entre os conteúdos das diversas disciplinas e compreendam como elas se interrelacionam. Os TCT são assim denominados por não pertencerem a uma disciplina específica, mas por transpassarem e serem pertinentes a todas elas.
OS TCT ajudam a desenvolver nos alunos a habilidade de pensar de forma criativa, gerir situações complexas e ter uma visão analítica das oportunidades preparando-os para serem mais competitivos no mercado de trabalho. Essas habilidades são fundamentais num mundo do trabalho já dominado pela automação e inteligência artificial.
Mas, afinal, que temas são estes?
Cada “caixa” acima deve gerar uma disciplina, dentro do currículo de cada escola, que aplique seu conteúdo.
Todos os TCT são importantes, mas, quando focamos na entrada dos jovens no mercado de trabalho, vemos a pertinência do contido na “caixa” Economia.
Certamente, os alunos estarem familiarizados, desde cedo, com conceitos como: orçamento, despesas, receitas, competências pessoais, trabalho formal, trabalho informal, benefícios, obrigações, salário bruto, salário líquido, impostos, etc. os torna muito mais preparados para enfrentarem a vida real.
De acordo com pesquisa da Fecomércio/SP, de 11/2022, 78% da população brasileira está endividada. Será que um conhecimento prévio dos itens acima, teria ajudado a população a gerir melhor sua vida financeira?
O que a escola do seu filho está fazendo a este respeito?
No meio acadêmico, conta-se uma piada sobre um indivíduo que veio do passado. Embora ele tenha ficado extasiado com as mudanças maravilhosas ocorridas em todas as áreas da sociedade, ficou, também, um pouco perdido. Afinal, tudo era tão diferente… Até que ele entrou em uma sala de aula e se sentiu “em casa”: a educação era praticada da mesma maneira de sempre, com alunos em cadeiras enfileiradas e o professor à frente deles, despejando seu saber.
Você pode pensar que esta piada não faz mais sentido, com o crescimento do ensino à distância. Entretanto, o que encontramos em vários cursos EAD? Um professor tutor disponibilizando textos e alunos acompanhando de maneira estática, robótica, por obrigação.
Mas, felizmente, este é um quadro que vem mudando. O objetivo de todo professor presencial ou à distância é conseguir que seus alunos assimilem o conhecimento teórico, reflitam sobre ele, entendam como ele vem sendo aplicado na sociedade e que produzam novos conhecimentos e aplicações. Ou, como dizia Paulo Freire (1997), de que venhamos a promover uma educação libertadora, que realmente provoque essa capacidade no aluno, de refletir, de pensar, de criar; e não uma educação bancária, meramente informática e reforçadora da cultura do “decoreba”.
Muitos professores tutores, para atingir estes objetivos, utilizam ao máximo as novas e diversas ferramentas tecnológicas disponíveis tanto nas próprias plataformas de aprendizagem dos cursos quanto externas. Entretanto, as ferramentas devem ser escolhidas considerando-se o perfil dos alunos.
Por exemplo, na minha atividade de tutora presencial de um curso de graduação, via de regra, utilizo:
Questionário –> fácil de gerar, por meio da ferramenta gratuita do Google ou própria da plataforma, para conhecer o perfil dos alunos (sua cultura, sua rede de apoio, etc.);
Vídeos –> facilitam o processo de aprendizagem, ficam disponíveis para que os alunos os acessem no momento em que for mais conveniente;
Redes sociais –> a criação de um grupo numa rede de mensagem como Whatsapp ou Telegram, possibilita enviar informações interessantes sobre o assunto estudado, como compartilhamento de artigos, webinares, etc., assim como o contato entre os próprios alunos.
Agora, pense nos três últimos cursos EAD que você cursou:
Como foi a atuação do professor tutor?
Houve utilização de ferramentas adicionais aos textos em PDF?
Houve discussão sobre os assuntos estudados, gerando integração e colaboração entre os alunos?
Ao final do curso você sentiu como “dever cumprido” ou o curso despertou aquela vontade de querer saber mais sobre os assuntos estudados?
Que todos os cursos que você ainda venha a fazer lhe tragam crescimento pessoal e profissional!
Outro dia um colega me falou que “esse negócio de treinamento é coisa do passado. As empresas não estão mais dispostas a gastar dinheiro nisso, principalmente as pequenas e médias”.
Nem fiquei chateada, pois este é um pensamento muito comum.
O primeiro erro é considerar treinamento como gasto, quando, na realidade, este é um investimento. Oi????? Relaxa, continua lendo este post que você já vai entender.
O segundo erro é não entender o que é e para que serve o treinamento corporativo. Vamos lá!
Digamos que você tenha um pequeno negócio e precise substituir ou aumentar a equipe de atendimento aos clientes no balcão ou pelo telefone. Você procura alguém nos sites de emprego ou recebe uma indicação de um amigo ou mesmo de um empregado. Preferencialmente, como há muita oferta de mão de obra para cargos sem muita necessidade de especialização, você escolhe alguém “com experiência no seu segmento de atuação”. E acha que está fazendo um grande negócio, pois não terá que perder tempo com o novo empregado, pois ele já sabe como trabalhar. Será?
É aí que começa o seu problema.
Exemplo 1. Numa cozinha, você reúne 10 pessoas que sabem cozinhar arroz e manda que elas o preparem. Se você ficar lá observando, perceberá que cada uma fará o arroz do seu próprio jeito e, ao final, quando você for provar a comida, verificará que cada arroz terá um sabor. Na nossa vida pessoal não é assim? O seu arroz é igual ao da sua mãe, ao do seu pai, ao das suas avós? Muito sal, pouco sal, com alho, sem alho, com cebola, sem cebola… Alguns arriscam até colocar pedacinhos de cenoura (nem que seja para tirar depois), porque têm crianças e elas precisam de vitamina E.
E qual era a sua expectativa, em relação ao arroz? Você nem comentou com o grupo, uma vez que todos sabiam cozinhar arroz, não é? E se o seu arroz devesse ter um determinado ingrediente, o qual estava na bancada próxima ao arroz, e que você julgou óbvio que deveria ser usado? Alguns até podem ter percebido, mas nem todos sabiam como utilizá-lo.
Começou a perceber? Não é porque alguém tem experiência anterior que ela vai trabalhar da maneira que a sua empresa precisa. E não é suficiente informar que é necessário utilizar "o ingrediente específico", pois existe a resistência à mudança. “Sempre fiz arroz deste jeito e agora vem esse sujeito me dizer como devo fazê-lo…” Aí você pensa: não quer fazer como estou mandando, vou demitir e contratar outro. Esta ação não vai dar resultado.
Numa entrevista do filósofo Mario Sergio Cortella no jornal Estadão, em dezembro de 2020 Sonia Racy perguntou: “A experiência prática mostra que, se você coloca 10 crianças numa sala e dá uma bola para cada uma brincar, você volta horas depois e encontra uma criança com três bolas, uma com o olho roxo, duas chorando. Tem como mudar a natureza humana?"
Ele começou a resposta confirrmando que, “enquanto natureza, somos seres competitivos, egoístas, temos a autopreservação como horizonte”. Porém, continuou: “Não somos só isso. Temos necessidade de agregação, pois, do contrário, perecemos. Naquela sala das crianças, basta uma delas depender das outras que ela notará a necessidade de negociar um modo de convivência”.
De novo, parecia óbvia a orientação: cada um com uma bola, era só sair brincando, né? E a interação entre as crianças? E a história pessoal de cada uma sobre o que fosse brincar com bola? Havia necessidade de orientação, de treinamento. Se fosse uma equipe de trabalho, como a empresa gostaria que eles agissem?
Exemplo 2. Aqui no meu condomínio temos áreas arborizadas com bancos. Algumas mães ou avós, acompanhadas de seus filhos e/ou netos, sentam nos bancos e mandam as crianças brincarem, enquanto elas se atentam aos seus celulares. E as crianças lá, sem orientação, cada uma brincando da maneira que acha certa (muitas vezes destruindo o jardim…). Veja que tanto no exemplo 1 quanto neste as pessoas nada fizeram por mal. Cada uma achou que estava fazendo o certo. Aí, de vez em quando, ouvimos uns gritos: “Fulaninho não faz isso!”. Sabe do que adiantam estes gritos? De nada, além de serem irritantes. Os gritos não mudarão o comportamento.
Como você quer que seus empegados atendam seus clientes? Não pense que é somente uma questão de ser educado. É questão, também, de postura, de conhecimentos específicos sobre seus produtos e sua clientela. É a imagem da sua empresa. É a memória que você quer que seus clientes tenham do atendimento prestado.
Seu cliente compra uma vez, mas não volta. Será que tem relação com o atendimento recebido?
Cada empregado, gerente e líder está sendo forçado a aprender. Mandar embora e contratar outro? Não adianta. Gritos? Não adiantam? Ficar o tempo todo vigiando? Não adianta.
Todos precisam entender e interiorizar o comportamento esperado pela empresa, aquele que vai trazer resultados para a empresa.
Outro fator importante é que manter atualizadas as habilidades das pessoas é o maior desafio dos nossos tempos. O aumento do trabalho remoto, os avanços tecnológicos e a pressão constante por mais automação tornam o desenvolvimento dos funcionários cada vez mais fundamental. Quais as principais habilidades que suas equipes precisam ter?
Agora já deu para entender por que treinamento é um investimento? Investimento na sua empresa, na sua marca, na delização de seus clientes, na construção da cultura organizacional.
Já entendeu, também, para que serve o treinamento corporativo? Esqueça aquele conceito ultrapassado de pessoas sentadas durante horas, ouvindo um instrutor. Os tempos mudaram, novas técnicas e metodologias surgiram, focadas nas necessidades específicas da sua empresa, na formação do comportamento da sua equipe, no engajamento do seu pessoal e no retorno
financeiro para o seu negócio.
Quando você pensa em saúde, o que lhe vem à cabeça?
Certamente, alguns pensarão em ausência de doenças graves. Mas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social.
Difícil, né? Porém, ter saúde deve ser o seu projeto mais importante.
Ah, mas no momento atual ( pandemia do COVID 19) atingir este estado não seria uma utopia?
Vamos refletir um pouco. Como estava a sua saúde no ano passado? Você sofria de pressão alta ou sobrepeso, dores de cabeça, estresse elevado? E atividade física? Quanto tempo parado em frente à tela do computador ou do celular? Quanto tempo interagindo com amigos e família?
Percebeu que a sua saúde já não estava lá essas coisas?
Isto demonstra que o mundo atual não está favorecendo a nossa saúde. E o que podemos fazer? Existem inúmeras ações, mas a busca pelo equilíbrio deve liderá-las.
Durante os últimos meses, várias empresas, apoiadas por Medidas Provisórias, negociaram cortes de salário e de benefícios de seus empregados. No topo das maiores despesas das empresas está o custo dos planos de saúde corporativos. Mas, segundo pesquisa recente do jornal Folha de São Paulo, 80% dos empregados não aceitaram abrir mão deste benefício. Estes empregados acham que estão protegidos por ter um plano de saúde, mas isto é uma ilusão.
Quem nunca deixou de ir a um médico, por falta de tempo?
Assista nosso vídeo sobre gestão do tempo.
Ou deixou a solicitação de exames que o médico prescreveu indefinidamente na gaveta? Ou não retornou para apresentar os resultados dos exames?
Se você está empregado e tem um plano de saúde ou pode arcar com seus custos de maneira privada, ótimo. Mas ter a garantia de internação num hospital de renome não garante a sua saúde. É isso que você tem que ter em mente: a busca pelo equilíbrio na sua vida!
Muitos dirão: “Falar é fácil. Quero ver ter equilíbrio estando desempregado e os boletos chegando ou, mesmo estando empregado, trabalhando sob enorme pressão diária”. Não vou negar a dificuldade, mas em nenhum momento disse que era fácil. Disse que era necessário, fundamental. Morrer todos nós iremos, mas viver sem qualidade de vida é que é o problema.
Quando você consegue tornar a busca pelo equilíbrio uma rotina na sua vida, passará pelos momentos bons com menos euforia e pelos ruins com mais calma.
Minha avó costumava dizer: “Nada como um dia atrás do outro e uma noite no meio”. Ela, que nunca frequentou o ensino formal, possuía a sabedoria de que não adianta se desesperar ou tomar decisões “no calor” do momento.
Pare. Respire. Durma. Dê uma pausa para seu cérebro se recuperar e buscar uma saída.
Encontre aquilo que lhe dê prazer e tranquilidade. Dançar, nadar, correr, caminhar, meditar, cozinhar, brincar com as crianças. 20 minutinhos por dia. Todos os dias. Dá prá fazer quaisquer dessas atividades de graça. Encontre a sua.
Dançar numa hora dessas? Minha avó, de novo ela, também dizia:” Tristezas não pagam dívidas”. Não é que você não esteja “ligando” para os problemas. Ao contrário, é uma maneira de proporcionar oxigênio ao seu cérebro para que ele identifique seus reais problemas e encontre opções de saída para eles.
E quando a situação estiver sob controle, será que as empresas reformularão sua formas tradicionais de trabalho? Alguns empecilhos:
Mesmo em empresas de médio a grande porte, a média gerência tem dificuldade em estabelecer quais as entregas dos empregados;
Executivos e gestores confundem produtividade com a quantidade de horas que os empregados passam no local de trabalho; e
Executivos e gestores têm apego ao poder e controle sobre os empregados.
Ou seja, a mudança estrutural do trabalho vai acontecer, mas será na velocidade da mudança do mindset dos gestores, para que as longas jornadas de trabalho, bem acima das 40h semanais legais, ou as horas perdidas no trânsito sejam a exceção a nossa rotina de trabalho.
Tudo isso comprova que o problema não é somente ter ou não ter um emprego formal. O problema maior é você ter ou não ter equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Temos passado por uma revolução tecnológica, com a convergência de soluções digitais, físicas e biológicas e essa revolução alterou o mundo do trabalho como o conhecemos.
Indústria 4.0 e as novas competências profissionais.
Para as empresas, o desafio agora não é ter as melhores tecnologias e a maior quantidade de dados, mas fazer o melhor uso das ferramentas e informações que tem e empregados capacitados que saibam e queiram fazer a diferença.
Para os empregados, fica a pergunta: seremos substituídos por máquinas? A resposta é sim, mas para postos de trabalho com funções mecânicas, repetitivas, de baixa interação social, burocráticas que passarão a ser realizadas por máquinas com maior destreza e velocidade.
Competência é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes e elas se dividem em hard e soft skills.
As empresas buscam profissionais com hard skills, formação, cursos de especialização e línguas (pré requisitos para qualquer tipo de profissional) e com os novos conhecimentos exigidos sobre tecnologia e TI, marketing digital e machine learning. Mas as soft skills ou competências comportamentais e sociais têm sido muito desejadas pelas empresas e são as que fazem diferença na busca ou manutenção do emprego. E por quê?
Porque os profissionais deste século precisam desenvolver competências que os tornem capazes de inventar, testar e avaliar hipóteses, interagir socialmente, dominar e ensinar às máquinas.
Um relatório do Fórum Econômico Mundial aponta pelo menos sete conjuntos de soft skills que podem ser diferenciais competitivos:
Autoconsciência: capacidade de entender o que motiva, o que frustra, o que vale, o que não vale, o que tem propósito;
Pensamento crítico e integrado: capacidade de interpretar fatos, números, relatórios, cenários complexos, variáveis e perceber a conexão de assuntos que não estão diretamente relacionados;
Empatia: capacidade de entender e se conectar genuinamente com outros seres humanos;
Criatividade: capacidade de pensar novas soluções, combinar conhecimentos, gerar valor;
Inteligência emocional: capacidade de lidar com emoções e situações diversas;
Comunicação: capacidade de se expressar de maneira oral e escrita;
Assimilação: capacidade de aprender, conseguir ltrar conteúdos e transformar o conhecimento em sabedoria prática.
“Os robôs estão sendo produzidos e desenhados para serem ensinados para compreenderem o outro, como se fossem seres humanos, e isso já está sendo aplicado no atendimento e relacionamento com o cliente” , diz Christiane Scabbia – Analista de Marketing da VoxAge, empresa especializada em soluções de atendimento ao cliente.
É importante reconhecer e definir suas soft skills. Quais você já domina plenamente e quais você precisa desenvolver. O autoconhecimento pode ser por meio de testes ou mesmo conversando com colegas, amigos e parentes para entender quais são as suas capacidades, pois as desenvolvemos mesmo quando longe de ambientes formais de trabalho.
Por último, atenção na hora de divulgar suas soft skills em seu C.V. Para cada uma, tenha um exemplo que a comprove, na hora de uma entrevista.
Por exemplo, você está numa entrevista e o recrutador pede para você falar um pouco sobre suas habilidades interpessoais. Você responde que tem grande habilidade de comunicação (capacidade de se comunicar bem com cada um do grupo, visando os interesses do grupo, como um todo) e, aí, ele pede para você dar um ou dois exemplos práticos em que você utilizou esta competência. Percebeu?
O futuro é humano.
Sim, com certeza! A velocidade exponencial com que as inovações acontecem não nos permite mais estacionar no tempo e no espaço.
Após a invenção do telefone, demorou 75 anos para que seu uso atingisse 50 milhões de pessoas. Ou seja, muitos nasceram e morreram sem sequer ter chegado a usá-lo, Mas isso é passado. O telefone celular levou 3 anos para atingir o mesmo número de pessoas. Você consegue imaginar sua vida sem telefone?
Então, o que é capacitação constante? É estar antenado com as inovações de sua área profissional e do mundo que o cerca.
Muitos confundem capacitação constante com coleção de certificados. Não, não é isto. Você pode se capacitar via cursos pagos, com e sem certificado, via cursos grátis, cursos presenciais ou à distância, vídeos, livros, revistas, comunidades virtuais, etc. Vale tudo para se manter competitivo no jogo da vida e profissional.
Você gostaria de procurar um médico e descobrir que ele estudou muito, se capacitou, ficou satisfeito e parou de se atualizar, que desconhece os últimos avanços de sua área de atuação? Ou que, neste momento de isolamento social, este médico, por desconhecimento tecnológico, não conseguisse fazer um tele atendimento? Tem acompanhado o drama dos professores presenciais que não faziam ideia de como trabalhar à distância?
E não se iluda, pensando que se você for o dono de um pequeno ou médio negócio o aprendizado constante não se aplica a você. Pelo contrário, além do conhecimento técnico específico, você precisa conhecer as áreas que compõem uma empresa, as diversas ferramentas de gestão disponíveis e, igualmente importante, como e porquê os empregados se comportam de determinadas maneiras no trabalho.
Pode ser que você esteja pensando que não tem tempo para mais esta atividade, mas, como já mostramos num curto vídeo: tempo é questão de estabelecer PRIORIDADES.
https://www.youtube.com/watch?v=BryjxxbpcXA
Ao nos capacitarmos, desenvolvemos nossas competências ou CHA.
Conhecimento é o somatório de todas as informações que foram adquiridas ao longo da vida pessoal e pro ssional, que ocorrem pela realização de cursos, ou pela aplicação na prática de tarefas e atividades que se tornam conhecimentos relevantes para a vida. Com o surgimento da Administração como Ciência, a busca por este conhecimento técnico / conceitual, também conhecido como HARD SKILLS foi predominante nas empresas.
Habilidades são as potencialidades que cada pessoa possui para a execução de tarefas ou atividades na vida pessoal e profissional. A habilidade é a disposição e probabilidade que as pessoas possuem para certas áreas do conhecimento, que podem se tornar em conhecimento com o passar do tempo. Em função das transformações por que passa o mundo, atualmente, as SOFT SKILLS ou habilidades comportamentais, sociais e mentais vêm se tornando protagonistas.
Atitude: Serve para interligar conhecimento e habilidade, considerando que conhecer e saber fazer não são suficientes. Precisa também querer fazer e saber identificar o melhor momento para fazê-lo.
Se a pandemia do novo coronavírus fez você começar a se preocupar com o “novo normal”, com o mundo do trabalho pós pandemia, você está muito atrasado.
Já há algum tempo estamos vivendo a 4a. Revolução Industrial e ela é que está mudando o mundo do trabalho. A pandemia trouxe, apenas, mais mudanças.
A 1a. Revolução Industrial, tal qual a estudamos na escola, ocorreu em 1784, com a invenção e incorporação aos meios de produção da máquina a vapor. Foi o surgimento da mecanização.
A 2a. Revolução Industrial veio com a eletrificação das fábricas e o posterior surgimento da linha de montagem, cujo maior exemplo é o de Henry Ford, em 1913.
A 3a. Revolução Industrial começa nos anos 70 do século passado com a automação e o uso de computadores.
Com a velocidade das invenções tecnológicas deixando de ser linear para ser exponencial, de evolutiva para disruptiva, fazendo desaparecer outrora gigantes do mercado, temos a 4a. Revolução Industrial ou Indústria 4.0.
“Surgido na Alemanha por volta de 2012, o conceito da Indústria 4.0 envolve as inovações tecnológicas nos campos de automação e tecnologia da informação para manufatura. Com o objetivo base de criar processos mais rápidos, flexíveis e eficientes, a quarta revolução industrial promove a união dos recursos físicos e digitais, conectando máquinas, sistemas e ativos a fim de produzir itens de maior qualidade a custos reduzidos” (ALTUS, 2017). "
De uma hora para outra surgem:
Manufatura aditiva ou impressão 3D;
Adição de material para fabricar objetos, formados por várias peças, constituindo uma montagem (BRASIL, 2020).
Inteligência artificial;
Segmento da computação que busca simular a capacidade humana de raciocinar, tomar decisões, resolver problemas, dotando softwares e robôs de capacidade de automatizarem vários processos (BRASIL, 2020).
Internet das coisas;
Representa a possibilidade de que objetos físicos estejam conectados à internet, podendo, assim, executar, de forma coordenada, uma determinada ação (BRASIL, 2020).
Biologia sintética;
É a convergência de novos desenvolvimentos tecnológicos, nas áreas de química, biologia, ciência da computação e engenharia, permitindo o projeto e construção de novas partes biológicas, tais como enzimas, células, circuitos genéticos e redesenho de sistemas biológicos existentes (BRASIL, 2020).
Simulação;
É utilizada em plantas industriais, para análise de dados em tempo real, aproximando os mundos físico e virtual, e no aperfeiçoamento em con gurações de máquinas, para testar o próximo produto virtual, antes de qualquer mudança real, gerando otimização de recursos, melhor performance e mais economia (ALTUS, 2017).
Realidade aumentada;
Possibilita o envio de instruções de montagem, via celular, para o desenvolvimento de peças de protótipo. Possibilita, também a utilização de óculos de realidade aumentada, para games, softwares e procedimentos de trabalho.
Big data;
É a análise e gestão de grandes quantidades de dados, para a criação de cenários e rápida tomada de decisão.
Sistema integrado de gestão;
Também conhecido como ERP (Enterprise Resource Planning ou Planejamento de Recursos Empresariais), permite que as empresas gerenciem a operação, automatizando seus processos produtivos, financeiros, comerciais e gerenciais.
Computação em nuvem.
É o fornecimento de serviços de computação, incluindo servidores, armazenamento, bancos de dados, rede, software, análise e inteligência, pela Internet (“a nuvem”) para oferecer inovações mais rápidas, recursos flexíveis e economias de escala.
Muitas profissões já estão acabando e outras, que você nem imaginava, surgindo.
As mudanças relativas à 4a. Revolução Industrial são inevitáveis e não temos como ignorá-las.
E como nos preparamos para todas estas inovações? Quais os novos perfis profissionais exigidos? Quais devem ser nossas competências (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes)?
Somos o pilar mais importante desta revolução, mas precisamos de atualização rápida e constante.
Não esqueça: não é o mais forte que sobrevive, mas aquele que se adapta.
Sua empresa está passando por um momento super difícil, lutando para não fechar as portas? Ou, infelizmente, já perdeu a luta? Viva seu luto, mas não deixe de pensar porque a situação está ou chegou nesse ponto.
Pode parecer que a resposta seja fácil: a crise econômica devido à pandemia do coronavírus.
Mas será que foi só isso mesmo? Como era a gestão do seu negócio antes da pandemia? Será que a crise simplesmente não expôs seus problemas estruturais?
Um dia, você teve um sonho e o transformou em realidade. Fez acontecer e foi “tocando o barco”, preocupado e dedicado somente às ações imediatas, visando sobreviver ao próximo mês. Esta realidade lhe é familiar?
Sinto dizer que, com ou sem pandemia, o seu negócio estava fadado ao insucesso.
No início, você conseguia dar conta de tudo, mas, com o tempo, foi ficando difícil se dedicar ao que era realmente estratégico. Devido à concentração de todas as decisões nas suas mãos, o seu tempo foi sendo consumido na resolução dos pequenos problemas do dia à dia.
E quem analisava os resultados, dominava a cadeia de suprimentos, buscava e avaliava fornecedores, criava formas de conhecer e manter os clientes, estabelecia e proporcionava condições para o atingimento das metas de resultado, preparava a equipe de trabalho? Enfim, tomava decisões profissionais, racionais, com método?
Pois é. Lá se foram o planejamento estratégico, os planos de ação e o controle do orçamento. Viu como a situação já era crítica?
E agora? Não adianta ficar empurrando indefinidamente um carro que está com seus pneus arriados. Os pneus têm que ser trocados nem que seja com o carro andando. Se não der para trocar todos de uma vez, trace uma meta e troque um por vez, com prazos estabelecidos.
Para repensar sua maneira de gerir o negócio e descobrir quais são seus “pneus arriados”, faça você mesmo um Diagnóstico Organizacional ou contrate a ajuda de uma consultoria ou do SEBRAE. Resista à tentação de pensar nessa contratação como mais uma despesa e sim, como um investimento.
Gostou da ideia, mas precisa de uma solução imediata, de curtíssimo prazo? Bem, não existem milagres nem jeitinhos, quando o caso se fala em gestão. Você tem que ser pro ssional. Veja, abaixo, alguma questões indispensáveis que você precisa responder para poder colocar seu plano em ação.
Numa crise, todos se preocupam com a falta de dinheiro, mas o desafio mais significativo, durante e após a crise, é a falta de relevância para os clientes.
Você tem uma base de dados, uma listagem, um cadastro de seus clientes?
Você sabe qual o seu produto de maior relevância para seus clientes?
Seu produto mais relevante pode continuar a ser produzido/vendido neste momento?
Seus produtos podem ser ajustados para atender as novas necessidades e comportamentos dos clientes?
De que maneira você pode se comunicar com seus clientes para que eles saibam que você pode continuar lhes atendendo?
Infelizmente, muitos empresários não conhecem seus clientes. A crise atual apenas escancarou essa realidade. Se você está incluído nesse grupo, tudo ficará mais difícil. Mas não desista. Arregace as mangas e mãos à obra.
Em relação à área financeira:
Você sabe quais são seus custos e despesas mais relevantes? Lembrete: embora pareça o caminho mais fácil para reduzir despesas, demitir pessoal sem uma análise real do custo x benefício não é a melhor decisão
O que você está fazendo para cortar ou diminuir custos e despesas?
Você tem opções de fornecedores que lhe permitam a melhor negociação possível?
A ausência de comunicações claras e proativas, o stress e a “rádio peão” podem criar situações de ineficiência e pânico, “derrubando” seus planos e metas.
Você está se comunicando, rapidamente e de maneira assertiva, com sua equipe, clientes e fornecedores?
Como você está orientando e capacitando seu pessoal para enfrentarem a nova realidade?
O mundo não será diferente; ele já está diferente. E não há volta. Organize-se. Profissionalize-se. Você consegue!
Aí vão 5 dicas:
CTRL Z / CTRL Y (1 minuto para aprender)
Use Ctrl Z para desfazer seus erros no Excel. Ctrl Y faz exatamente o oposto — refaz.
CTRL + Setas (5 minutos para aprender)
Se você já se pegou rolando por uma planilha para chegar ao seu final, pare de fazer isso e comece a usar Ctrl + teclas das setas! Este atalho básico leva-o diretamente ao último dado de uma coluna ou linha que estiver usando. Combine esta função com Ctrl, Shift para realçar/selecionar grandes áreas de dados em segundos.
Remover duplicatas (10 minutos para aprender)
Faz exatamente o que você espera — remove qualquer duplicata em qualquer intervalo de dados. Você pode encontrá-la na aba Dados e, na seção Ferramenta de Dados da Faixa de Opções. Se quer apenas realçar os dados duplicados, é possível fazer isso usando a Formatação Condicional. O atalho para chegar lá é Alt H L.
Congelar Painéis (15 minutos para aprender)
É possível congelar a linha superior, a primeira coluna ou qualquer quantidade de qualquer uma delas.
Identifique as colunas e linhas da área que quer congelar.
Em seguida, selecione a célula imediatamente à direita destas colunas e abaixo destas linhas.
Vá para a aba Exibir e então, para
Congelar Painéis na seção Janela. Alt W F é o atalho.
Preenchimento relâmpago (30 minutos para aprender) Suponha que você tem uma relação de códigos de produtos nas primeiras dez células da coluna A, por exemplo: “ABC-00001” até “ABC-00010” e você só precisa dos números depois do ‘-’. Crie o padrão digitando “00001” na primeira célula vazia. Se o Preenchimento Relâmpago estiver acionado (Arquivo, Opções, Avançado), comece a digitar o próximo código de produto na célula de baixo e o Preenchimento Relâmpago reconhecerá o padrão e preencherá o restante do código para você. Basta pressionar Enter para aceitar, ou faça isso manualmente, digitando Dados > Preenchimento Relâmpago, ou Ctrl+E.
Sou apaixonada por Administração e, por isso, em qualquer conversa durante o cafezinho, acabo identificando bons ou maus exemplos de Gestão.
A conversa de hoje foi sobre uma colega que, tendo seu salário reduzido em 25%, por conta da pandemia, imediatamente partiu para também reduzir seus gastos. Pura boa gestão financeira pessoal!
Um de seus cortes foi a tv a cabo: valor alto, sem eventos esportivos, reprises intermináveis de filmes e séries, etc. Como sua operadora permite a suspensão temporária por até 4 meses, assim ela o fez. E é aí que começa nossa análise da gestão empresarial da operadora.
A cliente ligou, passou pelo extenso atendimento eletrônico e, no final, falou diretamente com um atendente humano que seguiu seu script e a solicitação foi concluída com sucesso.
A solicitação ter sido concluída com sucesso significa, para a operadora, perda de receita por 4 meses,
Poderia ter sido adotada uma estratégia de negociação, como, por exemplo: “sabemos que o momento é difícil, então, como a senhora é nossa cliente de muito tempo, podemos oferecer um desconto de 50% pelos próximos 4 meses. Assim, a senhora não perde o acesso aos nossos produtos e reduz sua despesa pela metade”. A cliente poderia não aceitar, mas não valeria a pena tentar? Afinal, estamos falando de uma redução de perda de receita de 100% para 50%.
Empresas quebram e sempre colocam a culpa na crise do momento. Gestão não é para amadores.
O momento é de crise para as pequenas e médias empresas.
Tanto proprietários quanto empregados sabem que precisam reagir para garantir a existência de seus negócios/empregos nos próximos meses.
Desesperar não é a saída.
Vida é 10% o que acontece com você e 90% como você reage a isso (Charles Swindoll).
Em momentos de tranquilidade, é fácil ter um emocional estável. E neste momento, o que fazer?
Invista constantemente no aprimoramento da sua inteligência emocional. Não existe outra opção, você precisa de equilíbrio e racionalidade para encontrar a solução dos problemas.
Uma mente saudável é primordial em momentos instáveis.
2015
ARTIGO PUBLICADO NOS ANAIS DO
XIV FÓRUM INTERNACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO